Aix-en-Provence 2

foto 1. pessoa x, fantasiada de uma coisa que eu não sei o que é, tocando um instrumento tipo batuque que eu também desconheço o nome.


texto. O carnaval desse ano no Brasil, foi um dos piores da minha vida... Não que eu me importe muito com a data em questão, mas confesso que foi no minimo gratificante ter a oportunidade de viver um carnaval fora de época decente (apesar dos confetes na boca, no ouvido e no sutiã) em Aix.



foto 2. A coisinha mais fofa do carnaval, nhoun! Não da vontade de morder? Mimimi.

Aix-en-Provence

Aix-en-Provence é uma dessas cidades que não tem nada realmente especial para ver (fora o Museu do Paul Cezanne) mas ela é tão pitoresca que vale muito a pena...
Uma coisa que o turista encontra muito por la são fontes e mais fontes, umas muito lindas, outras super simples, outras cobertas de musgo e por ai vai... Encontra tembém muita gente fashion, no melhor estilo "Provence de ser": mulheres com echarpes maravilhosos, homens com blusas Polo e uma outra de linho jogada por cima do ombro, meninas com vestidinhos de algodão e chapéu, etc, etc...

Fiquei quatro lindos dias de sol por la, que rendeu algumas historias para contar...
Vejamos, no primeiro dia o Jo e eu fomos na casa da Carolina, que é a segunda mulher do pai dele, e mãe do seu irmãzinho menor, o Gaspard... A Carolina é aquela mulher que eu penso: quero ser igual ela quando crescer. Ela é exatamente o que eu imagino para uma mulher francesa que vive no sul... Bonita, loira, bronzeada, magra, e estilosa (cabelo curtinho, echarpe florido, camiseta de algodão, jeans e tenis branco) uma dessas mulheres que não passam despercebidas... Além do que, ela faz o estilo "louquinha" que eu adoro. Aos vinte anos arrumou todas as trouxinhas e foi fazer a sua primeira grande viagem: pro Brésil. Foi sozinha, sem falar nada de portugues, sem conhecer ninguem e bla bla, e simplesmente é uma apaixonada pelo pais. Ela passou aquela noite toda contando as historias que viveu por la, ao som de um bom cd de Bossa Nova, e bebendo o vinho que levei de presente, alias, ela me deu umas aulas sobre vinhos, e fiquei super feliz quando ela disse que eu escolhi uma otima garrafa para levar (viu so, to começando a entender da coisa haha). Mas enfim, as historias dela são realmente boas e me fez rir muito... Ela contou que no primeiro dia no Rio, foi comprar um biquini e não acreditou no tamanho minusculo da coisa haha, disse que teve que correr numa depiladora e depilar toda a parte intima para poder usar o biquinininho hahaha. Contou tambem sobre um grande amor que viveu em Porto Seguro, e muitas outras coisas, que eu adorei. O filho dela é um caso a parte, mas contribuiu para aumentar minha admiração por essa mulher: super educado, engraçado, e prefere agua que coca-cola, meu Deus, que criança nesse mundo prefere agua que coca-cola? So o Gaspard, graças a boa educação que a mamãe deu, haha. Sem contar que ele me disse coisas tão gentis, como que eu pareço uma boneca, e que eu sou super simpatica (NHOUN).
Não é a toa que o Jo preferiu no segundo dia ficar brincando com ele ao inves de ir fazer compras comigo e com a Carolina. Ok, ok, eu sei que para um homem não é legal fazer compras com as mulheres, mas nossa, eu realmente achei legal ver o quanto o Jo ama o irmão, o quanto ele da atenção para ele. Com certeza essa atitude fez crescer em mim um sentimento ainda maior de respeito e amor pelo Jojo, porque serio, não é facil ter paciencia e brincar o dia inteiro com uma criança , mesmo ela sendo a mais a mais boazinha do mundo!

Mon doudou, je t'aime à la folie!

Amanhã escrevo mais, beijos!

Calanques - Marseille

Je vais à la plage...

Um desses lugarezinhos inacreditaveis do mundo...

Le Palais des Papes...

Realmente a Igreja Catolica sempre consegue me surpreender, seja na imponencia, seja na bizarrice. Bom, na imponencia eu nem preciso explicar muito o motivo né? Basta imaginar as inumeras igrejonas espalhadas pelo mundo, umas coberta com ouro, outras tão grandes quanto a casa do Silvio Santos e por ai vai... O Palais des Papes é um desses lugares em que voce fica de boca aberta pelo tamanho, pelo esplendor, e etc, mas o que realmente me chamou a atenção foi o quesito bizarrice. Explico: estava eu la, feliz com o meu telefone-guia-portatil quando adentrei num quartinho pequeno, comparado aos demais, ao lado do quarto do papa, que segundo disseram eram reservado as visitas. Esse quarto me fez pensar no quanto eu sou feliz por meus antepassados terem nascido antes de mim e me deixar viver nessa época, porque eu realmente não iria gostar de ter nascido no século XIV e por algum motivo conhecer um papa e ser convidada por ele para dormir naquele quarto...
Queria ter tirado fotos do local e ai voces poderiam ver com os proprios olhos do que eu estou falando, mas era proibido fotografar os quartos, então voces vão ter que se contentar com a minha descrição... Bom, o lugar é digamos MEDONHO, feio MESMO, todas as paredes são pintadas com cores escuras, o preto predomina claro, e tem uns desenhos nas paredes, desenhos um tanto quanto violentos, e as expressões nas faces desses desenhos são realmente assustadoras... Sério, eu jamais conseguiria dormir naquele lugar, mesmo com o santo (HAHAHA BLEFE) papa dormindo ao lado...

Agora, mudando um pouco de assunto, outra coisa interessante do Palais é a contribuição artistica dada pelos revolucionarios da Revolução Francesa... Quando eu cheguei na porta da Capela, percebi que apesar da porta ser magnifique algumas cabeças estavam faltando aos seus respectivos corpos (foto), na hora pensei na Rainha Vermelha do Alice no Pais das Maravilhas (-qu'on lui coupe la tete!), mas não, foi apenas uma forma gentil dos revolucionarios mostrarem do que uma revolução é feita, como diria Lenin "é preciso quebrar alguns ovos para se fazer um omelete".

Avignon 2

Eu ja falei no outro post que Avignon é linda, então nesse, vou falar um pouco sobre a viagem e algumas coisinhas que vivi me perdendo sobre aquelas ruas tão antigas...
O centro historico da cidade é pequeno, mas vou ressaltar que é puro charme. O Jo e eu fomos caminhando pela rua principal (La République) que é também a entrada principal da fortificação que envolve toda essa area, essa rua é repleta de arvores com folhas verdes claras, cafés, lojas, e turistas andando de la para ca, bebendo seus cafés e comprando postais e outras bugigangas-souvenirs, nesse ponto devo ressaltar que eu me arrependo profundamente de não ter comprado um chaveiro com a miniatura da armadura de um cavaleiro medieval (Ma (L) Idade Média) e uma madalhinha com a carona gorda de um dos papas (não me pergunte qual, eu não vou lembrar) que viveu em Avignon. Mas ok, para compensar minha frustação comprei um postal bonitão, e um livro com toda (ou quase toda) a historia da cidade e do Palais des Papes. Minha unica indgnação ao comprar esse foi que apesar de eu querer meu exemplar em bom frances, percebi que o UNICO idioma em que não existiam exemplares era em portugues. Sério, haviam exemplares até em coreano, EM COREANO minha gente, e não em portugues. Ok, ok, eu to ligada, que Portugal ta bem por fora dessa coisa chamada UE, mas né... Ainda assim me dou ao luxo de me indignar.
Mas voltando à Avignon outro lugarzinho que gostei muito foi uma pracinha que sentei para comer meu lanchinho matinal, la havia uma Igrejinha no melhor estilo gotico, muitas flores e uma fonte bem no centro. Juro que não sei porque não tirei foto do lugar, alias, agora percebo que é uma mania minha, sempre que estou turistando por ai, deixo algum desses lugares simpaticos preservados so na memoria (não no cartão de memoria) que é meu jeito de deixar eles intocados e unicos, como se so eu conhecesse de verdade. Idiota isso né? Pois é.
Outro lugar que gostei e não fotografei foi a praça que marca o final da rue République e que da acesso ao Palais des Papes, nesse lugar tomei o segundo sorvete do dia hahaha, a praça em si não tem nada de especial, mas parece tão francesa hahaha, com varios cafés, muitas mesinhas e floristas vendendo suas flores. Seguindo essa praça pelo lado direito ha uma outra bem semelhante, so que bem maior: a praça central, com a Notre Dame des Doms e o Palais des Papes (foto).
Primeiro visitei o Palais des Papes e sinceramente, foi uma das visitas que mais gostei de fazer na vida. Motivo? Devo dizer que não sou uma turista muito conformada em simplesmente VER com esses olhinhos que a terra ha de comer os lugares que visito, e ter apenas uma leve noção do que estou vendo. Não, eu sou a turista chata, que gasta horas no Wikipedia antes de ir pro lugar, e que depois ainda gasta um dinheirinho com os guias turiscos. Lembro da minha viagem para Ouro Preto, em que eu perguntava até pros bebados da rua o que eles sabiam sobre tal Igreja, ou sobre a historia da cidade, porque eu não lembrava tudo das aulas que tive com o querido professor Verpa. Foi assim que descobri que a Marilia, aquela do Dirceu, lembram? Morreu louca, virgem e amando Dirceu. Explico: o pai da donzela, no inicio não queria deixar os dois se casarem porque o Tomas Antonio Gonzaga era muito mais velho, porém, eles não desistiram, e quando o pai resolveu liberar a filha, o futuro noivo foi preso e mais tarde exilado por causa da Inconfidencia Mineira. Nisso o garanhão escreveu para Marilia uma carta pedindo para ela esperar por ele que ele voltaria e se casaria com ela, mas, como voces ja devem imaginar o canalha não voltou, se casou com outra em Moçambique e nem teve a pachorra de escrever uma cartinha escrita "Maria Doroteia desencane, eu não vou voltar, pode casar com outro". Esses homens viu...
Mas enfim, a visita ao Palais foi legal porque logo na entrada apos comprar seus tickets voce recebe um aparelho, que é uma especie de telefone, em varias linguas (novamente não tinha em portugues) que é um guia portatil. Então conforme voce vai caminhando, voce aperta os botoes relativos a area do Palacio onde voce se encontra e fica sabendo T-U-D-I-N-H-O sobre o que esta visitando. Por exemplo voce chega perto do retrato de um Papa x e tem la do ladinho um numero para voce discar e descobrir todos os segredinhos e bafons da vida desse cara hahaha. Divertido não?
Amanhã eu falo mais.
Beijos pessoas.

Avignon...

Cheguei agora a pouco de Avignon e devo constar que a cidade é MARA. Pequena, limpa, cheia de arvores, flores, fontes, pracinhas, musicos tocando e turistas sentados na grama tomando sorvete sob um sol gostoso de Primavera.

Mais, voilà... Je suis fatigué, amanhã posto uma coisa decente sobre essa viagem.

Au revoir!

Primavera CHEGOU...

... e com ela meu amor!


foto. eu por ele, no jardim das cerejeiras com um moinho de vento quixotesco la no fundinho. nhoun!

e minha incrivel mania de sempre associar minha vida às musicas que escuto e aos livros que leio.

Girl from Vieux Port

Ontem a noite fui num pub marseillais perto do Vieux Port, beber Guiness black naquelas canecas de meio litro, e tinha uma bandinha irlandesa tocando musicas tipicas por la... Enquanto estava la, ouvindo a banda e bebendo minha cerveja, lembrei de uma experiencia musical desagradavel vivida ca, e não porque a bandinha irlandesa fosse ruim, pelo contrario, eu estava me divertindo muito com eles, mas é que tenho uma tendencia a lembrar de coisas estranhas quando fico alcoolizada, e ai que lembrei da primeira vez que fui na Dock des Suds, e estava la, toda empolgadinha dançando (não lembro a musica, mas eu também tenho tendencia a dançar quando fico bebada, alias, todos temos né?) eis que no auge da minha alegria dançante começa a tocar uma musica que eu tinha certeza conhecer de algum lugar... e adivinhem? SIM, era musica brasileira, e não, não era mpb/bossa nova, apesar dos franceses gostarem bastante dessas, mas bom, era um funk, e um funk da pior especie, desenterrado do fundo do bau "tira a camisa, tira a camisa, levanta pro alto e começa a rodar", acho que voces lembram dessa coisa ridicula né? Pior de tudo era ver todos aqueles franceses dançando felizes, igual eu, minutos antes... fiquei super decepcionada com aquela visão, afinal franceses não podem dançar funk, eles nasceram na França para serem finos, falar de coisas cults, e pintar quadros fodas. hahaha!
Mas né, eu so perdoo essa porque no dia seguinte o irmão do Jo ligou em alto e bom som, enquanto andavamos de carro, "garota de Ipanema", para mostrar que a boa musica do Brasil tambem circula por aqui. Eis a globalização - e globalização mesmo, porque a outra metade da musica era em inlges, mas né... Deixa estar.

L'Olympique de Marseille

Sério, eu não sou fanatica por futebol, não entendendo completamente as regras, não perco o domingão na frente da tv vendo o São Paulo Futebol Clube. Mas ahn, todo mundo, ou pelo menos todo brasileiro, TEM a obrigação de ter um time do coração né? Influenciada pelo meu lindo irmão, aos 6 anos de idade, decidi ser tricolor paulista e fim. Claro que a coisa fica mais interessante quando em plena puberdade o jogador mais lindo de todos os tempos joga pelo seu time. YES, eu fui uma Kakazete, e com o maior orgulho, devo dizer, afinal o cara continua lindo e é otimo em campo.
Mas enfim, não vim aqui falar dos meus amores platonicos juvenis, vim contar a minha linda experiencia vivida ontem no bar/lanchonete ao lado do "meu" apartamento... Bom, primeiro preciso contar que o Jo teve um pequeno problema no joelho por causa do ski, e agora ele esta usando uma tala ridicula na perna (run, forrest, run HAHAHAHAHAHA), dai, para fazer um agrado para ele, que tava todo imobilizado na cama, fui la no bar/lanchonete, comprar um suculento cheese burguer, bem na hora em que L'OM jogava contra o Sochaux, pela Liga Francesa 1. O recinto estava completamente lotado com marseillaises berrando e berrando, e sério, meu corpo todo foi invadido com esse calor futebolistico... Não sei se estou sensivel pela saudade da familia/cachorra/amigos, ou porque em breve começa a Copa do Mundo, que é o unico evento esportivo que eu REALMENTE gosto de ver, mas sei que quando o L'OM fez um golllll, minha reação foi berrar com todo o meu pulmão junto com a galere. Fiquei la um tempão vendo o jogo, enquanto o namorado morria de fome na cama hahaha, e posso dizer sinceramente, que gostei muito! Ainda mais, que o meu novo time do coração é atualmente o melhor time frances, hahaha, e que provavelmente vai ser campeão da Liga, depois de 17 anos jejum (obrigada, globoesporte por me informar tudo isso).
Eu sei que estou sendo completamente embalistica (e não nego isso), ja que não sou uma apaixonada pelo futebol, mas sabe, é legal de verdade se apaixonar por um time, querer ver os jogos, se introsar com as pessoas, isso pode me ajudar tanto linguisticamente quanto socialmente, alem do que é a minha forma de agradecer Marseille e os marseillaises (não todos, obviamente, afinal até no céu havia um Lucifer) por toda a hospitalidade, carinho e educação que eles tem tido comigo. To até pensando em comprar uma camiseta azul e branca, escrita "fier d'etre marseillais" (orgulho de ser marseillais) que eu vi numa lojinha esses dias (alguns meses é suficiente para voce se considerar um membro da cidade né?), e ir sabado ver o proximo jogo em algum boteco. Os dois unicos problemas são: o uniforme do L'OM lembra o uniforme argentino (bléééé), e bom, sabado eu me programei para ir a Avignon conhecer o castelo dos papas e bla bla. Alguns vão dizer que é programa de nerd, mas né, quem sabe eu não encontro em algum museu uma televisãozinha para ver o Olympique destruir o Boulogne...

Rodrigo y Gabriela

Ontem foi um dia completamente inutil até as 21 horas. Fiquei o dia todo aqui na frente do notebook, enquanto o Jonathan ficou o dia todo na faculdade, desenvolvendo projetos. Quando ele chegou disse que nos haviamos sido convidados para ir em um concerto na Dock des Suds. Explico: Aqui na França, eu moro numa republica, com o Jo, Emily, e Jean Yves. O dono da casa, Jean Yves, é um jornalista/fotografo (INVEJA) cinquentão, que conheceu os pais do Jo naquela loucura chamada anos 70, em LONDRES, todos punks e curtindo a vida adoidados. Então que a amizade perdurou entre esses veteranos de guerra, e o bom e velho J.Y. tem o meu Jojo praticamente como filho, apesar de cobrar o aluguel hahaha. Mas enfim, o mesmo J.Y. é nada mais, nada menos, do que presidente do club mais badalado de Marseille, a Dock des Suds, logo, Jojo e eu entramos na faixa e ainda ganhamos cervejas dos barmans sem qualquer esforço haha. Ontem, estava tocando uma dupla chamada Rodrigo y Gabriela, e não, meus jovens, não era uma dupla de sertanejo universitario, para minha grande alegria, claro. Vou colar aqui uma descrição curta da banda que achei no lastfm.: "Rodrigo y Gabriela é um dueto musical mexicano. O casal começou no México com uma banda de thrash metal chamada “Terra Acida”. Frustrados com o crescimento ambicioso da cena musical doméstica, eles conservaram sua origem e mudaram-se para a Europa, onde são consideravelmente aclamados.
Eles descrevem seu estilo como uma fusão musical’. Suas principais características são a composição de ritmos e harmonia latina, mas conservando o rock como base."
Devo acrescentar minhas palavras de que o show deles é deveras bom... Além da casa estar cheia, o publico delirava com os solos dos dois.
Ainda não fiz download de nada deles aqui, para ouvir melhor e poder dizer o que penso realmente da dupla. Mas se é verdade o ditado de que "a primeira impressão é a que fica", posso dizer verdadeiramente que o show deles me cativou, e muito. Alias, poucas vezes vi bandas serem aplaudidas por tanto tempo no fim de um concerto como esses dois jovens foram ontem. Pois é, e ainda tocaram White Stripes para o delirio do meu coraçãozinho.

Montgenèvre 3

Para finalizar a minha saga de uma semana em Montgenèvre, fiz uma listinha de coisas interessantes que aconteceram nessa viagem, fora o ski, é claro:

1- Comprei uma marmote de pelucia, porque sim, sou infantil.
2- Tomei o melhor chocolate quente com chantilly da minha vida.
3- Um esquilo desavisado bateu com a cabeça (acredito que ele não percebeu o vidro) na janela do banheiro, me fazendo pular de susto e derrubar meu vidrinho de creme.
4- Vi Fight Club pela milésima vez, porém, em frances, o que é um acontecimento realmente novo.
5- Fui comer fundue de queijo num restaurante muito do confortavel.
6- Conheci algumas pessoas... Umas, eu não vou esquecer tão cedo, outras, eu nem lembro o nome.
7- Atravessei a fronteira França/Italia, e fui com o sogro, o cunhado e o namorado lindo, num restaurante italiano, comer pizza, nhoc, e rizzoto, acompanhado do melhor vinho que ja bebi ca, na Zoropa, para a frustação de todos, afinal o vinho, obviamente, era italiano e não frances.
8- Fiz um boneco de neve bem gordinho e feio inspirado numa pessoa que eu amo muito, o Damien. E eu so não destrui o boneco em prova do meu imenso amor porque realmente deu trabalho deixar ele parecido com a musa inspiradora.
9- Tentei dar uma de Jassa no auge da carreira de cabeleireiro, e pedi pro Jo deixar eu cortar seus cachos. O idiota deixou, e o resultado foi devastador. Eu devia ter tirado fotos, porque ele ficou com o cabelo realmente feio, e eu não conseguia parar de rir. Por fim, tivemos que raspar, por sorte ele tem a cabeça linda e ficou otimo o cabelo curtinho. Eis o dom de escrever certo por linhas tortas...
10- Fiquei bebendo caipirinha, com o sogrão no Chalet Blanc e a cachaça usada era muito x. Alguém ja ouviu falar da cachaça Thoquino? Estranho ahn?

et voilà, c'est ça!
bisous.

Montgenèvre 2 - et après je vais faire du ski...

Primeira parte do percurso, quando eu ainda não havia caido cinco lindos tombos.

E então que a neve me conheceu... E no sol das dez horas da madrugada, da segunda-feira pos Pascoa, minha trupe francesa (Jojo, Juju, Dieudonne) e eu fomos para estação de esqui. Confesso que estava nervosa, afinal quem me conhece sabe o quanto eu sou equilibrada *momento Marcela ironica*, mas né, fingi estar super a vontade, e achar tudo aquilo muito normal... Claro, sou brasileira, adoro esquiar nas férias de inverno...
Alias, no dia anterior, quando visitei o Chalet Blanc, um hotel super do chicoso onde o Dieudonne trabalha, tive essa mesma reação... Imaginem, no hotel so haviam crianças loiras, dos olhos azuis, com bochechas rosadas, com pais, igualmente lindos e sorridentes, bebendo seus coquiteis super coloridos, enquanto as crianças bebiam chocolate quente perto da lareira. Ao entrar nesse ambiente, automaticamente pensei nos filmes holliwoodianos (porque sera né?) e simplesmente, fingi... sim, fingi fazer parte dessa realidade encantadora, com os montes nevados la fora, e o calorzinho da lareira crepitante ali dentro. Afinal, "na França, faça como os franceses", e eu fiz uai, qual o problema?
Mas enfim, voltando ao esqui, posso dizer verdadeiramente, que comecei super bem, fui deslizante e feliz o percurso QUASE todo, sem cair nenhuma vez... Até que comecei a ter caimbras, bem na ultima descida, e a ficar realmente fatigada (quem me conhece sabe o quanto sou SUPER esportista), e ai que olhei para a descida, e ela olhou para mim, e eu vi o quanto ela era alta e desafiadora, e sério, me caguei toda. Numa unica descida cai todos os tombos que não havia caido o percurso todo, num total de cinco vergonhosas quedas, enquanto aquelas mesmas crianças loirinhas e rosadinhas do Chalet Blanc passavam por mim super rapidas e ageis, rindo do meu pioneirismo, e PORRA, essas pestinhas nem deviam ter mais que cinco anos... HUMPF. Pelo menos uma coisa posso dizer feliz: cair na neve é gostoso, porque as roupas amortecem a queda e voce não se rala toda e fica sangrando, em compensação, é sempre bom lembrar de alongar antes de fazer qualquer esporte, para evitar as malditas caimbras e as dores musculares no dia seguinte, embora acredito que essas sejam inevitaveis para todo iniciante (obrigada acidos lacteos ;* NOS TE AMAMOS).

Ps. Nem preciso dizer tambem que o vento, e o sol deixaram minha pele lindissima no outro dia né? Ainda bem que mamãe me ensinou a sempre passar filtro solar, e creme hidratante, senão a coisa teria sido mais grave.
Ps 2. Use filtro solar. Ha!

Montgenèvre

Sinceramente tive medo de passar o feriado da Pascoa na cama, tossindo e com dor de garganta, que foi exatamente o que aconteceu a semana toda anterior. Pensei com os meus botoes "alegria de pobre dura pouco MESMO", pois duas semanas antes, o Jo e eu haviamos planejado viajar nesse feriado para Montgenèvre, uma cidadezinha turistica na parte sul dos Alpes, onde o irmão do Jo mora. Então da para imaginar a minha frustação quando cai de cama, afinal ja não é nada bom ficar doente, ainda mais com uma viagem programada.
Mas graças as minhas preces (que foram muitas) e a eficacia dos remedios franceses, no sabado anterior a Pascoa acordei, inesperadamente, super bem e super disposta a subir a montanha, e depois descer esquiando, claro hahaha. Arrumei minha trouxa, com as blusas mais reforçadas, cremes para pele seca, manteiga de cacau para os labios, cachecol, meias de lã e afins e parti feliz da vida, primeiro para St. Michel L'Observatoire onde moram ma belle-mère (sogrona, em bom portugues) e mon beau-père (o padrasto do Jo). Passamos a noite de sabado bebendo vinho e comendo pão com pate, com um amigo do Jo, que é jornalista (inveja), e que tem a camera fotografica mais fodastica que eu ja vi (inveja de novo), conversamos muito, e nessa noite pude ver de verdade que quando pessoas possuem interesses em comum o papo flui sem esforço, mesmo em outra lingua.
No outro dia, almoçamos coelho assado, com ameixas, batatas e cenouras. Eu queria comer ovos de chocolate tambem, mas como comemos o coelhinho antes, fiquei sem nada (HUMPF), hahaha, é que na real, aqui essa tradição de ganhar ovos de chocolate é restrita para as crianças, logo esse ano fiquei sem (BUAAA, mamãe!) . Mas enfim, o almoço estava maravilhoso... Merci Carole e Leo!
Depois do almoço, fomos de carro com a belle-maman até La Brianne, onde pegamos um trem até Briançon. La, o irmão do Jo (Juju), nos esperava para subirmos a montanha, cheia de curvas e esquilos saltitantes atravessando a pista.
Enquanto faziamos essa subida Briançon-Montgenèvre, eu ia observando do banco traseiro aquela paisagem maravilhosa: as montanhas cheias de neve, os chalés la embaixo, os pinheiros, os esquilos... Realmente, viajar é o melhor jeito de descobrir o quanto somos pequenos nesse mundo por desbravar. Alias, um grande desbravador que passou pelos campos de Briançon rumando com seu exercito para a Italia a ser conquistada, foi o pequenino Bonaparte. Mas esse viajou muito além das minhas pobres perninhas, porém, posso dizer, com certeza, que ele não se divertiu numa segunda-feira esquiando com os amigos, naquela grande montagne...

Zoropa

Finalmente cheguei no Velho e Sonhado Mundo. Na verdade ja fazem quase duas semanas que estou por aqui, e ainda não me acostumei completamente com a ideia, apesar de ser uma ideia maravilhosa haha. Mas bom, a pedido de algumas pessoas, vou relatar algumas façanhas vividas ca, nesse mundinho tão parecido e tão diferente do meu amado Brasil. Então, sem mais rodeios, vou começar a historia do começo, porque é o melhor jeito de começar né? Peguei minhas duas malas, mais minha bolsa, num total de 30 kilos, e fui pro aeroporto de Guarulhos em São Paulo, acompanhada da titia Van, da titia Maria, e da amiga Lo, com o coração na mão e borboletas no estomago... Sinceramente, não é facil deixar seu pais, sua familia, sua cachorrinha linda, a galera da facul, os amigos de longa data, e trocar toda essa segurança por um lugar desconhecido, sem amigos, sem familiares, so com o namorado, mas sem a certeza plena de que iria gostar da familia dele, da casa dele, da comida estranha, enfim... Da para ter uma ideia do meu nervosismo, ainda mais com a minha mãe chorando horrores no telefone pela minha partida... Mesmo assim, dei a cara a tapa, e parti, sem olhar para tras e so com uma pequena lagrimazinha nos olhos. Hoje, pensando nessas duas primeiras semanas eu vejo como cresci, so de tomar a decisão de viajar sozinha, atravessar o Atlantico, chegar aqui... Agora sim, voces poderão dizer que a Marcela ta virando mocinha, e uma mocinha tão sonhadora como aquela criança que deixou o Brasil, mas com muita mas, muita garra mesmo para alcançar os objetivos... Falando em objetivos, vou agora tomar um cha, para ver se melhoro dessa gripezinha chata, que veio justo quando me programei para esquiar nos Alpes... Melhoras para mim!
Amanhã escrevo mais...

Bisous, a très bientôt!