caipirinha com ratatouille

eu sempre tive um orgulho imenso de ser a brasileira típica que não nega (mas nêga) uma roda de samba, que admira um futubol arte, arrepiando sempre que revê aqueles gols do Pelé, que deixa sempre transbordando embriaguez aquele copo de caipirinha feito com a cachaça mineira do boteco, que nas reuniões de família se empanturra de feijoada completa com farofa, vinagrete, e couve refogada, que possui um amor platônico pelo Chico Buarque de Hollanda, com aqueles olhos verde azulados, que provavelmente descende de algum imigrante italiano que também se encantou por essas terras... sou a brasileira típica que adora o Jorge Ben, seja cantando as glórias do Flafla, ou a clássica "País Tropical", e que ama o Rio de Janeiro, seja ao vivo, seja nos postais, com seus 40 graus de febre, com suas lindas mulatas sobre o sol, com o Cristo de braços abertos, com aquela brisa do Arproador, e o Drummond, sereno, de costas para a princesinha do mar. Amo tanto meu Brasil, que fui me apaixonar... por um francês! O poeta diria: E agora José? E eu respondo: e agora? vamos lá, dançar um último tango em Paris, admirar o Zidane, beber vinho francês com baguete e queijo, ao som da Piaf, ou do Yan Tiersen, e comer ratatouille enquanto assiste o fabuloso destino d'Amèlie Poulain... Vamos la, abrir os horizontes, e reconhecer a Torre Eifel como uma das maravilhas do mundo, passear pelo Montmartre, de mãos dadas com mon petit graçon, enquanto falamos do Victor Hugo, de Napoleão, de Sartre ou da Carla Bruni, que seja, e depois pegar um trem, para ver de perto as calanques de Marseille (tão sonhadas) como mais uma prova do quão a natureza é perfeita... eu sei que por fim, terei que admitir, que o Brasil não é o único país abençoado pour Dieu. embora talvez seja o mais abençoado, né?
hahaha!

ALLONS ENFANTS DE LA PATRIE, PARCE QUE... A BANDA DO ZÉ PRETINHO CHEGARÁ!

2009, o ano da França no Brasil.